O aumento sucessivo da saca do trigo nas últimas semanas deve refletir nos bolsos dos consumidores
cearenses logo no início do próximo mês, segundo a avaliação dos dois
presidentes das entidades que representam os industriais de massas e
trigo, assim como os da indústria de panificação do Estado. A expectativa anunciada por eles é que o pão carioquinha salte, “pelo menos”, 10%, enquanto massas e biscoitos fiquem entre 6% e 10%.
“Nós estamos esperando estabilizar a
situação, pois os aumentos da farinha de trigo vêm sendo gradativos há
três semanas e ainda devem permanecer acontecendo nas próximas duas”,
contou o presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação e
Confeitaria do Estado do Ceará (Sindipan-CE), Lauro Martins.
Todo o reajuste da saca do
trigo, segundo ele, deve somar 45% de alta, o que, na previsão de Lauro,
deve resultar em, no mínimo, 10% de reajuste (para mais) no preço do
pão carioquinha no Ceará. “E o nosso (aumento), infelizmente, é de uma
vez só, pois não dá para esperar ou ter um desgaste de aumento gradual”,
afirmou. Atualmente, o preço do quilo do pão mais barato, o
carioquinha, em Fortaleza, gira entre R$ 5,50 e R$ 10,29 (variação de 87%), de acordo com pesquisa direta feita pela reportagem, ontem.
Justificativa
A justificativa para a subida em
cadeia dos produtos deste setor, de acordo com o presidente do Sindipan,
é desconhecida. “O trigo usado no Ceará é todo importado e não existe
falta de trigo no mercado internacional, além do mais, o dólar está
estabilizado”, argumentou Martins.
Massas entre 6% e 10%
O repasse para o consumidor final no
que diz respeito às massas e biscoitos, no entanto, tem previsão de
ficar entre 6% e 10%, na avaliação do presidente do Sindmassas-CE. Já
sobre quando isso vá ocorrer, ele não arrisca uma data, alegando a
instabilidade do mercado atualmente.
“Em cerca de 60 e 90 dias, a saca do trigo passou de US$ 240 para US$ 360 e o dólar passou de R$ 1,80 a R$ 2,00″, destacou.
R$ 330 mi para trigo
Na noite de ontem, o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou a aplicação de R$
330 milhões “para a realização de leilões públicos de equalização dos
preços do trigo com o objetivo de contemplar a Política de Garantia de
Preço Mínimo (PGPM) para o produto”. A nota ainda afirma que a decisão
“foi tomada de forma preventiva para tranquilizar os produtores frente a
possíveis oscilações futuras”. O secretário de Política Agrícola, Caio
Rocha, explica que os leilões só serão realizados caso o preço de
mercado fique abaixo do valor mínimo (fixado pelo governo federal). Ele
informou que, nos últimos anos, o Rio Grande do Sul foi o mais
contemplado.
Da Redação
Com Diário do Nordeste via Folha do sertão
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