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quinta-feira, 15 de março de 2012

Médico alerta para prejuízos à saúde do "fumante de final de semana"

Quem fuma socialmente, isto é, somente quando bebe ou sai com os amigos no fim de semana, costuma achar que está fazendo menos mal à sua saúde do que quem fuma diariamente. Mas, segundo o pneumologista Sebastião de Oliveira Costa, médico cooperado da Unimed João Pessoa, o problema está exatamente em pensar assim. "Como o tabagista que só fuma nos fins de semana é convicto de que não é dependente e acredita que o cigarro não afeta sua saúde, é muito complexo convencê-lo a largar o vício", explica.
Em longo prazo, no entanto, sofrerá as consequências do vício. Para ter noção dos malefícios ocasionados pelo cigarro, ele é responsável por 2,5 mil mortes por ano só no Estado. Atualmente na Paraíba, existem mais de 550 mil fumantes.
De acordo com Sebastião Costa, que é coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Paraibana de Pneumologia e Tisiologia, em cada grupo de 100 bebedores sociais, 15 vão se tornar alcoolistas. No tabagismo, a situação é mais complexa: de cada 100 que experimentam o cigarro, 70 vão ter muita dificuldade para se desvencilhar da nicotina.
O médico informou que a maioria dos que procuram o consultório dele para largar o cigarro são tabagistas de consumo médio (20 cigarros/dia). Em seguida, vêm os fumantes "pesados", mas tem muita gente com um consumo de menos de 10 cigarros/dia que necessita de um suporte para conseguir se livrar da nicotina. "Em qualquer um desses casos, se o tratamento for bem conduzido - é importante sempre observar o perfil emocional -, o percentual de sucesso é bastante estimulante", explica o médico.
DIA DE COMBATE AO FUMO
Nesta quinta-feira (15), é comemorado na Paraíba o Dia Estadual de Combate ao Fumo. A data, que foi instituída em 2007, se constitui em mais uma estratégia de luta contra o tabagismo no Estado, que é considerado o terceiro em número percentual de fumantes. Só perde para o Acre e o Rio Grande do Sul.
A situação preocupa. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão e está ligado à origem de tumores malignos em oito órgãos (boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, além do pulmão, colo do útero e esôfago).
Dos seis tipos de câncer com maior índice de mortalidade no Brasil, metade (pulmão, colo de útero e esôfago) tem o cigarro como um de seus fatores de risco.
Além disso, o cigarro é responsável por 30% dos casos de infarto do miocárdio, 85% das doenças pulmonares e a cada 100 casos diagnosticados de câncer no pulmão, 90 estão relacionados ao consumo da droga.
SUBSTÂNCIAS
O cigarro pode causar cerca de 50 doenças diferentes, especialmente problemas ligados ao coração e à circulação, cânceres de vários tipos e doenças respiratórias. A cada tragada, são inaladas mais de 4 700 substâncias tóxicas. Entre elas, três são consideradas as piores.
A primeira é a nicotina, que provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a temida cocaína, estando associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea). A segunda é o monóxido de carbono (CO), aquele mesmo que sai do cano de escapamento dos carros. Ele se combina com a hemoglobina do sangue (responsável pelo transporte de oxigênio) e acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo.
É por causa da ação do CO que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe do cigarro. Nesse período de abstinência, o nível de oxigênio circulando pelo corpo volta ao normal e o organismo da pessoa, que não está mais acostumado a esse "excesso", reclama por meio das dores de cabeça. A terceira substância tida como grande vilã é o alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.
Todo câncer relacionado ao fumo - como na boca, laringe ou estômago - tem alguma ligação com o alcatrão. A união desse poderoso trio de substâncias na composição do cigarro só poderia tornar o produto extremamente nocivo à saúde. Para se ter uma ideia, 90% dos casos de câncer de pulmão - a principal causa de morte por câncer entre os homens brasileiros - estão ligados ao fumo.
Assessoria

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